quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A pecinha debaixo do sofá....

Lembro-me daquelas tardes chuvosas na fazenda, quando madame Lion permitia-me a tarde livre para montar quebra-cabeças. Depois das intermináveis aulas de francês e correções gramaticais em alemão, eu, criança travessa nas minhas oito primaveras, buscava o deleite da diversão naquelas pecinhas.
Papai trazia muitos quebra-cabeças de presente. E eu, que vivia toda disciplinada me deleitava ao saber que podia espalhar todas aquelas peças pela mesa e pelos tapetes, sem me incomodar com mau humor de madame Lion por causa da minha bagunça. Papai dizia para ela não se preocupar, que era meu momento de ser criança e ser feliz.
E eu me perdia, horas e horas, até a hora do jantar, buscando os pedaços que faltavam. E quando estava ali, quase pronta a imagem composta por quase mil pedacinhos, um buraquinho se mostrava. Faltava ainda uma. Eu eu procurava, forçando minha visão a encontrar a bendita pecinha, a única que me faltava. E buscava tanto, transpirava de desespero por tê-la perdido, queria encontrá-la. E logo uma tristeza sem medida apoderava-se do meu coração infantil. Não via mais sentido e ia jantar.
Até que no dia seguinte, sem querer, embaixo do sofá, encontrava a bendita pecinha. Ficava tão feliz e me sentia absolutamente completa, como aquela grande imagem composta pelo quebra-cabeça, que agora sim, estava de fato completa.
Hoje, distante da fazenda, distante da infância, de madame Lion e dos quebra cabeças, penso que meu amor por você é como essa última pecinha que fica perdida embaixo do sofá.
Olho para meu coração e vejo-o incompleto. Um pedaço que falta e a tristeza me acomete. Não vejo mais sentido. Procuro-te em todos os lugares e tudo parece em vão. Olho dentro, olho fora, e busco tão longe, mas nada adianta.
Até que um dia, debaixo do sofá, debaixo do meu nariz, lá está você. E acho-te, aquilo que me faltava, uma razão. Tão simples, tão aqui, tão perto.
Penso. Esse amor que sinto por você é mesmo a pecinha que faltava no meu quebra-cabeças. Aquela que se esconde debaixo do meu sofá. Aquela que eu sempre acho que se perdeu para sempre. Aquela que eu quis tanto achar. Aquela que completa tudo. E veja só, parece-me que achei...


terça-feira, 16 de outubro de 2012

15h53

Fico besta com essa minha bipolaridade amorosa. Se ontem eu estava morrendo de amores/saudades de alguém, hoje eu estou na boa, pensando em qualquer assunto que não diga respeito ao coração. Mas talvez amanhã eu esteja nostálgica, sofrendo, me lamuriando da triste sorte do amor em minha vida. Mas na próxima semana, não estarei nem aí de novo.
É claro que quando o sentimento é verdadeiro, ele fica ali quietinho e as vezes aparece. Quase sempre vai embora, mas nunca vai de verdade. Mas sabe que até disso tenho duvidado...
Mas ando com tanta coisa nessa minha cabeça maluca, que ficar sofrendo semanas não dá mais tempo. O amor serve pra me inspirar. Os textos vem como exteriorização de sentimentos, que uma vez na tela, ou no papel, parecem diminuir de intensidade.
Cada vez que eu escrevo sobre alguém no sentido afetivo, esse alguém, em algumas situações, parece ficar mais no papel do que na minha vida. É como se eu depositasse tudo o que eu sinto num universo paralelo. As coisas passam a existir mais verdadeiramente do lado de lá. Aqui elas vão ficando mais serenas, tendo menos espaço nos meus pensamentos cotidianos, e assim eu me acalmo.
Então, se ontem eu estava com raiva quando escrevi sobre você, hoje a raiva vive no universo paralelo para onde vão meus sentimentos, através das minhas palavras.
Fique descansado, não quero mais falar sobre isso, nem sobre você. E nem foi meu objetivo magoar você. Já tem quem faça isso por mim. Eu só precisava desabafar. Entenda, se ponha no meu lugar, demorei mais de ano para conseguir exteriorizar tudo aquilo que aconteceu. Nunca mais tinha escrito nada tão profundo em relação a você e ao que fomos nós. Eu precisava vomitar. Agora passou. Vou voltar pro carro e continuar dirigindo.
Se você quiser se zangar, se doer, ter raiva, tudo bem. Sinta-se no seu direito, muito embora eu ache que o que eu escrevo, perto do que fazem com você, não é nada. Se quiser sentir raiva, sinta. Mas a raiva vai ser só sua, a minha já passou.
Eu posso parecer inconsequente quando falo certas coisas. Mas eu preciso. Tem gente que se alivia compondo música. Nem violão eu sei tocar. Eu escrevo, só escrevo, porque é isso que me resta.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sentindo na pele...

Eu não fiz nada para me vingar de você, muito embora, na minha concepção, você merecesse uma vingança digna de uma Paola Bracho. Eu não fiz nada, muito embora tivesse meu coração estropiado pela sua falta de consideração e pelo seu egoísmo. Muito embora tivesse tido uma vontade imensa de fazer qualquer coisa, eu não fiz nada. Porque a vida se encarrega de nos devolver aquilo que demos a ela. A vida se encarrega de dar a cada um de nós o que merecemos. Foi e é assim comigo. Paguei e pago pelos meus erros, pela minha má conduta. Com você não seria diferente.
Olhei pra você e pensei que éramos dois estranhos novamente. Como naquele fatídico dia em que me deixei encantar pelo seu jeito de menino, pela sua fala doce e pela pureza que havia no seu coração. 
Foi tão esquisito olhar pra você e te ver assim: estranho. Pensar que já tivemos planos, que já conversamos tanto, que repousei minha cabeça cansada no seu colo amigo, que encontrava paz quando encostava minha testa perto da sua, sentia sua respiração perto da minha boca, encostava meus lábios nos teus...
Pensar que já o vi chorar, que já ouvi sua voz ressoar no quarto vazio, dizendo da imensa felicidade que sentia porque achava que podia amar de novo, que achava que me amava.
Quantas vezes eu vi o brilho nos teus olhos porque comigo você era amado e sabia disso. O grande problema é que não é porque a gente é amado que consegue amar na mesma intensidade. 
Quantas vezes eu te pedi sinceridade, quantas vezes eu te perguntei se era aquilo mesmo, se seu calcanhar não estava acorrentado ao passado, se o seu olhar era feliz longe do meu, se seu coração batia por outro nome que não era o meu. Chorei e pedi a verdade. Mas você mentiu. Mentiu pra mim, mentiu pra você. E olha só o que a vida devolveu... Uma mentira!
Não é que eu me sinta vingada. Num impulso egoísta, eu quis me sentir vingada. Mas na verdade, me sinto ressarcida pela vida. É, isso mesmo. Não fui vingada, não me vinguei, não fiz nada pra isso acontecer. Pelo contrário, rezava todos os dias pra conseguir perdoar você, pra que você fosse infinitamente feliz, mas a vida é justa, a vida nos ensina. Espero que dessa vez você tenha aprendido.
Sabe aquela velha história de o mundo dá voltas?
Pois é, ele deu. E não, não estou esperando por você. Hoje eu consigo ver que uma das muitas razões de não termos dado certo é que somos absolutamente diferentes. Eu sou China, você é Estados Unidos. Eu sou comunista, você é capitalista. Não rola.
Talvez você me leia, se zangue e pense que esperei muito pra isso acontecer... Talvez, há um ano atrás, eu estivesse esperando mesmo você dar com seus burros n'água.
Mas hoje é diferente. Da última vez que lhe vi, não consegui lhe desejar mal, nem torcer pra vida fazer você chorar todas as lágrimas que derramei de você. Depois de me fazer passar por durona, de fazer pose de "vingada", lá no fundo, quando olhei pra você, eu vi aquele menino. Aquele menino que eu conheci, mas que ninguém entende. Um menino com uma luz enorme, mas que insiste em se ofuscar atrás de uma sombra. Um menino feliz, puro, com o coração machucado e as mãos doloridas, de tanto dar murro em ponta de faca. 
Talvez você volte pra sua faca, como já vez tantas vezes, talvez encontre abrigo naquele coração vazio de afeto e de consideração por você. Talvez você corra de novo pro seu poço e fique lá, matando a sede do nada que te nutre, no escuro, sem querer olhar pra luz.
Não, eu não sou, nem quero ser sua luz, ok? Não mais.
Eu esperava que no dia que eu fosse escrever esse texto iria sentir uma grande alegria por você ter morrido na praia. Mas não. Eu estou aqui, no pier, olhando você de longe, esperando que de alguma forma, você possa aprender a nadar sozinho, sem ninguém pra te puxar pra baixo. E que você aprenda que se um dia a gente fere um coração, no outro, o nosso será ferido. Causa e efeito. Mas é melhor eu parar de falar isso, acho que você deve estar sentindo na pele...




quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Castelos de areia

Você disse que precisava ir embora, eu te acompanhei até o carro. Num sorriso gentil você se despediu de mim. Fiquei com seu cheiro cítrico no meu nariz e voltei pro bar, só pra entender o porque de tudo isso.
Sentei e o garçom viu que voltei sozinho, desmotivado, sorriu e me disse.
- Não foi dessa vez, amigão!
E eu, como se não tivesse nem ânimo pra responder, cerrei os lábios e levantei as sobrancelhas, numa tentativa tosca de comunicação. Ele logo entendeu e me trouxe uma cerveja. Depois, duas, três.
Pensava enquanto conversávamos que você não ia aceitar meu convite, mas você veio mesmo. E enquanto você me contava da sua vida pensei que um dia você me amou, Clarice.
E quando pensei nisso, o bar todo ficou cinza, seu sorriso ficou mais claro e senti um gelo imenso que nasce do estômago, sobe pelo peito e chega a sufocar na garganta.
Você me amava, Clarice. Amava sim, porque eu a vi chorar tantas vezes por minha causa e eu vi seus olhos me pediram sinceridade tantas vezes e eu, eu fui o mais completo de todos os idiotas.
E quanto mais você me contava da sua nova vida, eu tinha mais noção do quanto de tempo eu perdi, do quanto de você eu perdi. Você mudou de profissão, de emprego, de roupa, de tudo. Mas esse seu jeito de olhar pra cima procurando uma resposta pra tudo, esse seu jeito de suspirar fundo e sorrir devagar depois, essa sua maldita gentileza comigo, depois de tudo que aprontei com você, isso me aniquila aos poucos e eu sinto uma vergonha imensa de mim, de você, do mundo.
Será que você já era essa mulher estupidamente fascinante quando nos conhecemos? Por que eu não via isso?
Você se levantou, foi ao banheiro e no fundo do meu coração mesquinho eu tinha esperança de que você trouxesse alguma esperança de lá.
Mas nada. Você brinca, ri e faz piada do que fomos um dia, como se fossemos bons amigos, como se tudo o que vivemos tivesse sido uma história adolescente. Seu sorriso altivo é uma prova clara que você me superou, que você me venceu. Você ganhou, Clarice e sabia o tempo todo que ia ganhar.
Quando olho essa luz que emana do seu jeito alegre de me contar as coisas, de me perguntar de tudo, fico pensando o grande bosta que eu sou por já ter feito uma mulher como você chorar e sofrer.
Fico pensando se eu tivesse sido mais sensato, se eu tivesse entendido o seu amor, a sua devoção por mim, estaríamos nesse mesmo bar, mas a sua cadeira estaria ao lado da minha, minha mão encostada na sua, e o seu cheiro cítrico impregnado na minha camiseta. Você ia rir pra mim, como você costumava rir sempre, ia perguntar se podia dirigir meu carro, depois ia me amar como se eu fosse o último e o mais lindo homem do mundo, depois íamos ouvir música, falar do mundo, das constelações e nas influências planetárias que me trouxeram até você.
Eu seria capaz disso hoje, Clarice. Eu seria capaz de amar você, de entrar na sua dança dos sete véus, de me perder na sua cama apertada, de apertar seu rosto contra o meu, de enxugar qualquer lágrima sua dizendo que eu te amo e te amarei, se você permitir.
Mas não há permissão pra pessoas como eu. Não há volta, segunda chance, porque eu perdi tudo. Perdi a ilusão, perdi quem eu era, quem eu poderia ser e nessa minha vida tosca, sem graça e dolorida, perdi você. Dos meus maiores enganos, da minha cegueira ilusória mais profunda, não ver que você estava ao meu lado, tentando construir nossa história enquanto eu desmoronava seus castelos de areia, sonhos e amor com a minha frieza, com aquela coisa que eu achava tanto que ia dar certo, mas Clarice, você sempre esteve certa.
Bebi demais e confesso que queria ter me enterrado com todos os castelos teus que eu destruí quando te liguei bêbado naquela noite, pedindo pra você me buscar.
Numa risada sem graça, você me respondeu.
- Se você quiser, Ulisses, eu e o Bernardo podemos ir buscar você...
Clarice, maldita hora que te perdi, maldita hora que destruí teus castelos de areia...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Pobre menino bobo

Pobre menino bobo. Do teu coração cheio de crateras do descaso, buracos feitos pela indiferença do teu sentimento puro. Não te compreendem, não te enxergam, maltratam-no nas fibras amorosas desse músculo com ritmo, que já bate descompassado, combalido por mais uma vez se encontrar triste e choroso.
E sozinho você pensa, " de novo não", enquanto as mesmas lágrimas tornam a escorrer pelo mesmo rosto, pelo mesmo motivo. Essas lágrimas que já molharam seu travesseiro, que se fundiram com a água do chuveiro, que caíram outro dia sem querer, as mesmas malditas lágrimas.
Pobre menino bobo, que não vê uma saída, que não vê uma mentira, que não quer ver a verdade. Continua a se aninhar naquele colo vazio de amor, vazio de carinho, vazio de compaixão. Um colo que não lhe quer tanto, quanto você o quer. E você retorna, como uma criança indefesa, suplicando calma, coração, mas que coração é esse que não quer bater no mesmo ritmo do seu? Que coração é esse que só vê a própria dor? Mas que dor é essa que não é a sua? E você se põe triste novamente.
Pobre menino bobo, tantas vezes eu quis alertá-lo. Eu vi um dia a pureza do seu olhar, mas nesse mundo, menino bobo, é difícil a gente ser puro. Quando a gente se mostra de alma e coração, é logo incompreendido, ultrajado, tem os sentimentos levados como um brinquedo, leva logo um soco na boca do estômago, fica com nó na garganta e andando num zig-zag sem fim, sem encontrar o caminho de casa.
Pobre menino bobo, que ainda mendiga os farelos dessa tragédia anunciada. Que ainda busca água no deserto, que ainda busca amor no egoísmo.
E vais andar mil milhas, podes até reencontrar carinho, mas esse carinho limitado que te faz sangrar por dentro e querer sumir da vida e do mundo. E vire e mexe, será sempre a mesma história. Você aí, com o coração maltratado sem ninguém para lhe fazer um cafuné...
Já tive muita pena de ti,  pobre menino bobo, mas o que eu posso fazer?
Eu já quis lhe mostrar você pode ser apenas um menino se quiser, mas você insiste em ser um pobre menino bobo...
Ah, pobre menino bobo...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Caio

Difícil não me lembrar de você. Impossível não me lembrar de você nesse dia que se foi.
Foi o dia que você se foi.
Se foi do corpo, se foi pra lá, pra perto de Deus, longe do nosso olhar, mas pro mais profundo que há no meu coração.
Todos esses últimos aniversários, desde que você se foi, chega uma hora do dia que uma névoa de lágrimas surge sobre meus olhos por um instante. Impossível não chorar. A saudade de você é algo muito real. Talvez o meu remorso por ter brigado tanto com você, por ter sido tão incompreensiva. Mas penso que hoje, num lugar melhor, mais esclarecido, com mais amor e mais paz, você deve ter me perdoado.
Caio, fico pensando se você já pode vir me visitar...
Se durante esse meu dia você esteve por perto, com algum anjo de luz que lhe trouxe pra me ver, pra ver os seus...
Fico pensando onde você está, como deve estar sua vida aí e tantas coisas lindas que você deve ter visto...
Enquanto escrevo esse texto, olho ao redor do meu quarto, procurando, num lâmpejo, você e os anjos, um brilho especial, só pra saber que você está bem...
Muita coisa mudou desde então. Eu mudei muito. E fico pensando se você ia ficar feliz em me ver professora, se ia sorrir se me visse com as crianças. Talvez, aí onde você está, deva  ter um monte de crianças...
Todas as quintas, nos desenhos que vejo no Centro, procuro seu rosto. Quem sabe você não apareceu por ali? Nunca te vi, mas as vezes tenho a sensação de que você esteve ali, quem sabe...
Sinto sua falta. Mas não se prenda as minhas lágrimas, não se prenda ao meu egoísmo, ao meu remorso.
Segue livre junto de Deus, busca sempre o amor, a paz, busca Jesus dentro de você e eu sei que, um dia, vou poder abraçar você e agradecer pela sua proteção enquanto estive na Terra.
Caio, sinto sua falta, mas quero que você saiba que tenho imenso amor por você. Que Deus e Jesus lhe guiem na Espiritualidade, que os bons espíritos estejam sempre com você.
Apareça em sonho qualquer dia, só pra me dizer que você está bem mesmo...
Vou ficar esperando...
Saudades....

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Coisas que você deveria saber sobre mim - Rumo aos 21!

Os vinte e um se aproximam. E eu poderia escrever um texto "vivendo a crise dos 21", porque aquele do "Vivendo a crise dos 20 anos"é um dos textos mais visualizados do meu blog até hoje.
Mas esse ano vou fazer diferente. Porque conforme o tempo vai passando a gente vai ficando mais chata, crítico e exigente. A gente muda também. Muda muito. Vish, eu mudei tanto...
Mas sabe, algumas pessoas que me conheceram com quinze anos, acham que eu sou exatamente a mesma pessoa que eu era...
Por esses motivos acima, decidi fazer um texto de coisas que você, minha amiga, meu amigo, ou pessoa interessada na convivência pacífica e harmoniosa com esse ser que vos fala, fique sabendo sobre mim. Porque sou incompreendida #momentodrama.
Especialmente nesse blog, mas vamos lá. Se você quer ter uma convivência agradável comigo é bom que leia tudo isso. Caso contrário, desligue essa merda de computador e vá ler um livro.
De otária eu só tenho cara. Digo muito essa frase. É, assim mesmo, curta e grossa. Muito embora você, camarada ou farsa amiga que esteja me lendo, já possa me ter feito de otária um dia nessa vida, eu não sou idiota. Eu simplesmente deixo passar. Porque tem coisas que a gente vê que é melhor fazer de conta que não viu. E isso só o tempo ensina...
Quando disse que era incompreendida nesse blog, tava brincando, mas ao mesmo tempo, tem uma certa verdade nisso. Porque a pessoa que "me lê", muitas vezes acha que me conhece, que sabe tudo da minha vida. Tá, talvez você até saiba alguma coisa, mas eu não me limito a uma tela, sabe. Você leu um conto romântico aqui e tem certeza que eu estou com saudade de um ex. Ok, pode até ser. Mas você já parou pra pensar na possibilidade de tudo ser apenas imaginação? Figura de linguagem? Apenas uma história que serve pra extravasar e depois passa? Já parou pra pensar que nem tudo que eu escrevo é pra você, pra sua amiga ou pro seu ex ou atual namorado? Já? Não? Faça isso. Porque algumas pessoas tem uma mania cretina de se acharem alvo/centro do universo de todos os meus posts. Babe, eu não conheço só você, nem só ele e eu tenho uma imaginação absolutamente fértil, sabe. Então, talvez você não seja a personagem do meu texto, desculpe.
Eu me apaixono fácil. Mas descobri, também com o tempo e com as experiências, que me desapaixono com a mesma facilidade. Ainda mais se eu tiver que me convencer de que você pode ser o amor da minha vida. Vamos durar um mês, querido. E só. No segundo mês já estarei broxada porque vou ver que minha vida de 'forever-alonismo' tava sendo mais sossegada. Pois é, triste pra você. Não deve ser legal ter uma ex como eu. Ainda mais com essa minha auto-estima, hahaha. (brinks)
E por falar em relacionamento, descobri que eu amo meu status de relacionamento. Gabriela Sikorski está solteira. E feliz. Não imaginei que pudesse ser feliz assim. Eu até tenho uns dias de carência, de saudade, mas fico pensando se aquilo que eu idealizo vem pro plano concreto, será que eu ia querer mesmo? Abrir mão dessa vida que eu tenho levado, buscando meu equilíbrio, amando tudo, mesmo que o amor não me seja absolutamente favorável? É uma baita duma encruzilhada. De um lado tá aquele amor romântico, que eu sempre quis, do outro está uma certa paz que eu acho que nunca tive antes. Uma sensação de liberdade. Talvez eu queira deitar na grama do meu quintal com você do meu lado. Mas talvez eu queira deitar sozinha...
Eu choro fácil. Mas aprendi a engolir o choro. Mas engolir até a hora do banho. Uma vez sozinha, é só água. Literalmente. Mas não é sempre, as vezes o eco do banheiro me ilude e eu acho que canto bem.
Eu sempre sou aquela que os outros fazem piadinha. "A Gabi é doida", dizem. Ok. Pode até ser, mas não ache que porque você fez uma ou outra piadinha comigo e eu dei risada, que você sabe tudo da minha vida. Eu sou transparente. Mas mesmo assim tem coisas que você não vê, não percebe e nem vai entender. Então não ache que só porque eu sou sincera, falo o que eu penso e você me zoa por isso, que você me conhece. Pra você me conhecer mesmo, precisa parar de ficar tirando uma com a minha cara só porque eu sou legalzona e engraçada e olhar pra mim. Nem sempre meus olhos estão da mesma cor. Se eles estão mais verdes, provavelmente eu chorei ou tô me sentindo muito feliz. Mas vocês, muito entretidos em tirar uma da minha cara porque "a Gabi é gente boa" não percebem isso e nem mais um milhão de sinais que nem todo mundo capta. E as vezes, eu acho mesmo que ninguém percebe...
Eu falo muito mesmo e não tenho botãozinho de "MUTE", então, se você não gosta disso, fique longe de mim.
Se eu gostei de você aos quinze, não significa que continue gostando aos vinte, vinte e um, ok, colega? Encare os fatos. Não sou aquela eterna adolescente otária que eu era, tá? Nem a menina de 18 anos que você ajudou a apresentar o mundo. Eu cresci um pouco mais do que você, ele ou aquele outro podem imaginar...
Sou apaixonada pelos meus irmãos, pela minha família, pelos meus alunos e pela dança. Não mexa com nenhum desses itens (especialmente com a minha mãe e meus irmãos) e você me verá louca da vida!
Eu só tenho cara de metida. Converse comigo e você vai ver quão preconceituoso pode ser. Mas se eu for escrota com você, pode ter certeza, você fez algo pra isso. Não tenho raiva gratuita, pelo contrário. Eu tento me aproximar das pessoas, tento ser legal. Mas eu sou seu espelho, lembre-se disso.
Agente é o 007 e você pode estar feliz DEMAIS, nunca DE MAIS. Detesto esses erros gramaticais gritantes. Me broxam.
Se você vai exigir algo de mim, é bom que você tenha esse algo também. Num exemplo idiota: não exija meu inglês fluente se você não fala inglês fluente. Não me critique por algo que você também não faz.
E mais: não ache que eu te amo porque eu curti sua foto, que eu sou sua best friend porque comentei seu status, que eu quero casar com você porque você acha que é personagem do meu texto.
E não venha me falar de amor, se você nunca amou na sua vida. Não me veja falar de perdão, se você não sabe perdoar, não venha me falar de religião, se você não acredita em Deus.
É, o tempo passa e a gente fica chata mesmo. Cheia de crises, de coisinhas, mas eu tô aprendendo muito com tudo isso. Quem sabe no ano que vem, o texto seja menor, quem sabe eu esteja mais fácil de lidar, né...
Ah! E não ache que porque você leu esse texto, que você sabe tudo sobre mim agora, ok? (: