sexta-feira, 30 de março de 2012

Pequenina luz

- Você deve ter demorado por causa da maquiagem.
Ela riu gostosamente e sentou-se.
- Você que pensa, eu sou expert já, não demoro mais que vinte minutos.
- Ah, demora sim, eu já fui prova disso.
Ela corou.
- Naquela época eu não era tão expert assim.
Ele sorriu.
- Você está bem disposto.
- Você também.
- É desespero.
- Eu também.
Riram.
- Você vai beber o que?
- Suco de maçã com limão.
- Isso fica bom?
- Fica sim. Deixo você experimentar o meu se quiser.
Então vieram dois sucos e longo papo.
- Você sabe, eu me sinto tão sem saída. Essa história de amor... não sei não...
- Como assim?
- Não sei se essa história de amor é pra mim, sabe. Eu cansei de tropeçar em falso, colocar expectativas, chorar até os olhos doerem, ter vontade de arrancar o coração do peito, só pra ver se passa...
Ele abaixou os olhos.
- Nunca vi você falando assim.
- Nem eu, mas não sei, é como tudo aquilo que eu te disse antes.
- E agora?
- Agora o que?
- O que você sente em relação a mim?
- Fiquei imaginando o que eu iria responder se você fizesse essa pergunta.- suspirou.
- Pode falar.
- Não é fácil, mas eu vou tentar. - ela olhou bem pra ele, esboçou uma tentativa de sorriso pra quebrar a expectativa e começou - Quando eu penso em você é como se eu estivesse perdida numa floresta escura, triste e não conseguisse mais achar a saída.
- Nossa. - disse ele espantado.
- Calma, não terminei. - ela sorriu rapidamente e retomou - Então, é como se eu estivesse lá há tanto tempo que já estivesse conformada. Não há saída pra mim, eu já perdi as esperanças de sair de lá. Mas quando eu penso em você, é como se lá no fundo de floresta, do nada, surgisse um pontinho de luz. Um pontinho bem pequeno, mas quer dizer que ali talvez haja uma saída e por alguns instantes eu sou tomada de uma esperança que não saberia dizer. Uma alegria muito sincera toma conta do meu coração. É como se essa luz pequenina acendesse dentro de mim, me mostrando o caminho. O que é aquele pontinho de luz no final da floresta? Eu não sei. Pode ser uma armadilha? Pode. Pode ser uma coisa ruim? Pode também. Mas é como se por instantes, nem tudo estivesse perdido...
Ele abaixou o olhar, procurando conter a emoção.
- Eu gosto de ouvir a maneira como você fala. Você vê coisas minhas que eu sempre achei que não existissem, mas se você vê, talvez elas existam mesmo.
- Elas existem sim. - e sorriu delicadamente.
Ele estendeu a mão para ela. Ela tinha as mãos muito macias. Ficaram ali, cultivando o silêncio, a serenidade, a cumplicidade de um sentimento mágico que os unia. Então, bem lá no fundo, parecia mesmo existir uma pequena luz.

De eu pra mim mesma

- Você gosta desse negócio mesmo, né?
- Toddy pronto pra beber é sempre melhor.
- Mas agora quero falar um assunto sério com você, Gabi.
- Pode falar.
- Você tá estressada né...
- Você me conhece bem mesmo.
- Então, queria que você entendesse uma coisa...
- Hum...
- Quando seu coração estiver dizendo pra você não fazer uma coisa, não faça.
- O que você quer dizer com isso?
- Tô dizendo que ficar se contrariando só deixa você estressada, irritada, decepcionada e de péssimo humor.
- Eu sei...
- Então...
- Mas sabe, tem gente que tem o dom de me irritar...
- Eu sei, mas você ter que ter paciência.
- É fácil pra você falar.
- É mais fácil mesmo porque eu sou sua porção mais equilibrada. Mas você tem que entender que as pessoas tem defesas. Você tem as suas, os outros tem as suas próprias defesas também. Se passar pelo que não é, forjar situações, sensações e verdades é uma delas.
- Mas tô cansada de gente hipócrita...
- E acaso você também não é hipócrita quando insiste numa coisa que não te faz bem? Quando mente pra você mesma, quando finge ou qualquer outra coisa?
Silêncio.
- Não se afete. É isso que as pessoas querem. Entenda que se os livros, os textos e a oração são seu refúgio, as pessoas também tem suas maneiras de se refugiarem...
- E aquela outra história, sabe, tá tão...Ai...
- Deixa que outro dia a gente fala mais sobre isso. Vamos esperar as manifestações da vida.
- Tá bom... - pausa- Posso falar uma coisa?
- Claro.
- Obrigada.

Um diálogo-monólogo entre duas partes de mim. Eu e mim mesma.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Sobre jornalismo, desilusões, dúvidas e angústia


Eu sei que não sou a única a pensar assim e por isso vim aqui tentar desafogar um pouco essa angústia que anda me preocupando mais do que eu havia previsto.
Por que nós, estudantes de jornalismo, e não digo todos nós, mas pelo menos alguns de nós, se desiludem tanto com o curso/profissão ao ponto de querer jogar tudo pro alto e mandar Lead, Pirâmide Invertida, Objetividade, Teóricos e Prática pro quinto dos infernos?
Antes eu achava que era fase, que a mudança de ares, o fato de fazer a faculdade aqui perto da minha casa, levando uma vida menos atribulada do que antes pudesse me fazer reatar meus laços de amor com o jornalismo. Mas sabe, as vezes eu tenho a infeliz sensação de que ele, muito acima de todos os pés na bunda, traições e decepções amorosas da minha vida, foi a minha maior ilusão e por consequência, desilusão.
Daí terão uns tantos insensíveis que vão dizer " é falta de vocação, é falta de vontade, talvez essa não seja mesmo sua profissão, talvez você nasceu pra ser professora ou maquiadora Gabi".
Tudo bem, pode ser, MAS ALGUÉM PODE ME EXPLICAR POR QUE EU AMEI TANTO ESSE MALDITO JORNALISMO? POR QUE EU ACREDITEI QUE SERIA UMA GRANDE PROFISSIONAL DA COMUNICAÇÃO QUANDO HOJE, NO MEIO DA FACULDADE, TRANSFERIDA COMO SE NÃO BASTASSE A CONFUSÃO, ESSE MALDITO JORNALISMO ME TRAZ UMA SÉRIE DE QUESTÕES, INDAGAÇÕES E ANGÚSTIA?
POR QUE NÃO CONSIGO SIMPLESMENTE MANDAR ISSO TUDO PRO INFERNO? O QUE ME PRENDE AINDA?
Momento desabafo, como vocês podem perceber, amados leitores. Desculpem pelo caps, mas me sinto mais leve agora.
Sabe, eu andei relendo uns tantos textos meus da época em que eu e o jornalismo parecíamos ter sido feitos um para o outro. Nossa, como eu era idealista! Como eu vivia num mundo cor de rosa...
Como eu parecia amar tanto esse ingrato que hoje parece mais um fardo expiatório nessa minha encarnação de pessoa em dúvida.
Eu admiro aqueles que amam o que fazem do primeiro ao último semestre. Eu, que estou tendo que fazer o terceiro semestre novamente por conta da minha transferência, me pergunto se vou chegar viva, lúcida e feliz ao TCC. Pelo andar da carruagem, não sei não...
E pra piorar mais a bagaça, tem uns tantos professores que acentuam essa angústia, sabe.
Você vê eles ali, infelizes, monótonos, egocêntricos, metidos, arrogantes, prepotentes, ou simplesmente conformados e pensa: não quero isso pra mim!
É claro que as pessoas lidam de maneiras diferentes com as situações, mas quando você já tá desanimado, como lidar com o desânimo alheio ou com a arrogância do outro? Ainda mais se ele é seu professor.
Felizmente, em contra partida, existem outros tantos professores, que muito embora sejam minoria, parecem fazer valer a sua angústia diária e indecisão concomitantes.
Ontem eu me senti um pouco mais animada e tive até vontade de seguir carreira acadêmica ao ver a professora Marilda, com seus 500 anos de sociologia, como ela mesma se refere, dando um show de Durkheim, fato social, coisa que antes eu achava pacto com o demo.
Tem o Raul, que me fez ver o mundo sujo e manipulável da televisão com outros olhos. E minha querida e amada Meg, que mesmo hoje eu não tendo mais aula com ela (TODASCHORA), me fez entender que a gente tinha um papel honesto como jornalistas, por mais que muitas vezes outras pessoas nos fizessem pensar o contrário.
Mas sabe, as vezes parece que nem eu me apegando a eles, a essas ideias, buscando a minha paixão desvairada pelo jornalismo de antes, eu consigo sair dessa angústia constante.
Cansei de ter DR com o jornalismo... Ou eu mudo, ou não sei... Chora comigo?

sábado, 24 de março de 2012

O olhar de dentro - Conhecendo eu, eu mesma e Gabi

De repente eu parei. Parei e olhei pra mim. Onde eu estava, quem eu era, o que fazia?
"Oi, prazer, meu nome é Gabi."
" Tenho a sensação de que nos conhecemos" - disse pra mim mesma e logo fui respondida com muita lucidez.
" Você pensa que me conhece muito bem. É verdade que você pode até saber de algumas coisas sobre mim, mas a verdade é maior ainda quando eu digo que talvez você precise se conhecer melhor".

...

Oi, prazer, meu nome é Gabi e eu estou aqui, tentando me conhecer.
Porque de repente eu me vi indagada de uma série de coisas das quais eu obtive a resposta no mesmo instante, tão rápido que duvidei de mim. Foi difícil assimilar que talvez, pela primeira vez na vida, eu deixasse o doce sonho do "felizes para sempre" porque eu queria ficar sozinha.
É diferente de ficar sozinha porque você sofreu demais e PRECISA ficar sozinha pra colocar a sua cabeça no lugar. É muito diferente porque até então, pra quem não vive atrás dos teus olhos, levando o seu coração no peito, tudo estava bem.
Mas eu sei, não estava bem. Tinha alguém gritando. Alguém gritando dentro de mim, alguém pedindo pra ser olhada, interpretada, interrogada, analisada, compreendida. Esse alguém era eu.
É claro que pra você que se acostumou com o sonho do casamento perfeito, do marido dos sonhos e com a ideia de que você,  na sua ignorância e prepotência, era a salvadora de almas e que Deus tinha destinado a sua vida na salvação do outro, se defrontar com um monte de novas realidades que saiam da sua própria cabeça e coração ( fato que mais me assustou na verdade) não foi algo muito fácil de se encarar.
Primeiro vem a angústia, o medo, a decepção.
Mas junto dessas novas ideias, conceitos e verdades de mim mesma, surgia uma força interior e uma compreensão que até então, eu desconhecia.
A cada dia um pedaço do véu que cobre meus olhos é rasgado. E não é dos olhos que veem o mundo que eu estou falando. Estou falando dos olhos da alma, daqueles que enxergam dentro da gente, daqueles que tentam primeiro compreender o que está se passando consigo para depois tentar ver o que se passa ao lado.
Eu sempre tive muita certeza de que eu precisa salvar determinadas pessoas. De que algumas eu tinha que tirar da depressão e dos tormentos do coração, oferecendo meu amor e a minha fidelidade. Outras pessoas eu achava que tinha que tirar o véu da ignorância, outras eu achava que tinha que trazer a lucidez da vida após a morte. Quanta prepotência e enganos da minha parte!
Como posso eu, que não sei cuidar nem de mim, cuidar de alguém?
Como posso eu, que nem me conheço direito, tentar desvendar os mistérios do coração aflito e da alma de outrem?
Como posso eu, que não aprendi a andar firmemente das estradas instáveis da vida, conduzir alguém a qualquer lugar?
Felizmente, um dia a gente desperta para as verdades de nós mesmos.
Entendendo que eu não sou a salvação nem o anjo da guarda encarnado de ninguém, eu passei a compreender e assimilar que todos temos as nossas próprias experiências e que a vontade de Deus é maior, mais imperiosa e justa do que a minha vontade de sanar os problemas alheios. E que muitas vezes essa vontade trazia mais angústia, são só pra mim, mas para aquele que eu estava tentando auxiliar.
Hoje eu estou descobrindo o meu lugar.
Sei que o que eu posso fazer, dentro das minhas possibilidades, conhecimento, virtudes e amor extremo, eu faço. Mas que não posso curar as chagas do mundo.
Se nem o próprio Jesus conseguiu curar a todos ainda, como eu, na minha infinita pequenez e ignorância dos mistérios de Deus, poderia obter tal dádiva?
Hoje eu entendo que posso ofertar uma palavra, um abraço, um beijo, meu amor, mas que, por mais que eu queira arrancar a dor do seu peito e tomá-la pra mim, eu não posso fazer isso. E que se eu quiser auxiliar de alguma forma aqueles que me são caros e queridos, eu preciso, em primeiro lugar, estar lúcida de mim mesma, consciente de quem eu sou e de que cada um tem seu papel aqui, nessa grande escola que é o Planeta Terra.
E assim, a cada dia eu conheço um pouquinho mais de mim. Descubro desde que corte de cabelo eu gosto mais em mim, até qual os anseios do meu coração que são verdadeiras virtudes e quais são meras convenções e caprichos meus.
E quer saber? Eu acho que gosto mais de mim assim...Cada dia, uma nova descoberta!
Obrigada, Senhor!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher : Adestrando Leões

Dia Internacional da Mulher. Dia de vender flores, dia de ganhar flores, dia de valorizar a mulher.
Tá, tá, tá. Eu acho muito lindo a gente ter uma data especial pra gente, agradeço os recadinhos carinhosos, mas a questão é que, na minha humilde opinião todo dia, isso mesmo, TODO DIA é o dia da mulher.
Por Deus, o que seria desse mundão sem a gente?
Primeiro que não seria, porque não haveria população. Mas não é disso que eu quero falar. "Valorizar" a mulher como responsável pela procriação humana a galera já faz e faz demais.
Eu tô querendo dizer que vocês, homens, não tem a mínima noção da frase "adestrar um leão por dia". Sim, porque nós mulheres não matamos os leões, porque é contra nossos princípios e outra, matar o leão é muito fácil. O difícil é adestrá-lo, lidar com ele, conhecer suas fraquezas e seus pontos fortes. Difícil é domar o leão em nós, difícil é tranformá-lo num gatinho quando queremos que ele avance por aí.
Não é fácil ser mulher. Deus nos confiou um bem precioso e muitas vezes nós sofremos com isso, esse bem é a sensibilidade.
Não que vocês homens sejam insensíveis, mas nós somos dotadas da Sensibilidade Divina. Nós conseguimos ver nuances, enxergar o inusitado no óbvio, ver além, ultrapassar o olhar e penetrar os corações.
Sofremos por amor. Sofremos muito por amor e mesmo assim nunca deixamos de amar. Renunciamos nosso amor em prol da felicidade dos outros.
Queremos abraçar o mundo, cuidar das crianças abandonadas, dar uma palavra amiga aqueles que sofrem, mesmo sabendo que em nosso coração também há sofrimento.
Deus fez as mulheres. Fez com primor, com destreza, habilidade e principalmente, com amor. Deus deu a elas o seu Amor Maior e é por isso que elas tem a capacidade de serem MÃES, AMIGAS, COMPANHEIRAS, IRMÃS, AVÓS, AMANTES, e tudo mais o que desejarem ser.
E não poderia deixar de falar nesse texto o maior exemplo de mulher pra mim: Minha mãe!
A mulher que abdicou da sua juventude, dos seus sonhos de menina por amor a mim. Por saber que eu precisava dela e encarou momentos muito difíceis em sua vida só por AMOR a mim e meus irmãos. Ela sim,sabe adestrar um, dois, três leões por dia.
Quando a minha mãe foi nascer eu juro que eu tenho a certeza de que Jesus olhou pra ela e disse " Serás uma grande mulher e Eu estarei ao seu lado!".
Minha mãe é dotada de uma força de espírito incrível!
É nela que me espelho todos os dias!
Obrigada por ser meu exemplo, do Daniel e da Alice.
Obrigada por ser MULHER, GUERREIRA!
Obrigada por me ensinar, ainda que as vezes pareça que eu não aprenda direito, a adestrar e domar os leões da vida!
E a todas vocês, mulheres amigas e queridas, que nossa Mãe Maria estenda suas bençãos sob todas nós e sob aqueles que nos ajudam em todos os momentos também!

                                               Uma linda mulher: MINHA MAMÃE!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Divulgação!



Olááá minhazamiga!  Para vocês que me seguem aqui e acompanham meus vídeos, hoje, estoy aqui para divulgar meu trabalho como maquiadora! 
A minha paixão pelo assunto maquiagem tem me rendido bons frutos e depois de fazer alguns cursos, decidi tornar aquilo que era apenas uma diversão em algo mais sério, pra descolar uma graninha e divulgar meu trabalho! Como sou autônoma, atendo na casa das clientes, ou se elas preferirem, na minha própria casa. 
Faço maquiagens para festas, casamentos, baladas e muito mais! Utilizo produtos de qualidade, como Mary Kay, Victoria's Secret, Natura, Avon, Catharine Hill, Duda Molinos, entre outros! Conforme as clientes aumentam, o acervo de makes aumenta junto! 
Se você, minha amiga, quer uma maquiagem rycah e phyna sem precisar sair do conforto da sua casinha, call me! Em casos mais específicos, como maquiagens para noivas, madrinhas e debutantes, faço a prova da maquiagem com antecedência, para que você, minha amiga cliente, se sinta mais confiante e segura! 
Ligue e agende seu horário!

Beijos e obrigadaaaa! ;*